No início de sua viagem aos Estados Unidos (EUA), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, delineou oportunidades de investimento para empresários norte-americanos e discutiu estratégias para promover o financiamento da transição ecológica. Ao longo da semana, o ministro está em Washington para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20, que compreende as 20 principais economias globais, além da União Europeia e da União Africana.
No primeiro evento, realizado na terça-feira (16), na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Haddad abordou os impactos da recente reforma tributária brasileira sobre as oportunidades de investimento estrangeiro no país. Destacou que essa reforma solucionou uma questão de longa data, corrigindo as disfunções do sistema de tributação sobre o consumo no Brasil.
Quanto à regulamentação da reforma tributária, cujos projetos serão encaminhados ao Congresso na próxima semana, o ministro assegurou que os detalhes das normativas não comprometerão o cerne da reforma constitucional. Haddad expressou confiança de que o Brasil terá um sistema tributário equiparado aos padrões internacionais até 2027.
No mesmo evento, Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ex-presidente do Banco Central, ofereceu uma análise sobre a situação da América Latina. Apesar dos desafios representados pela grande desigualdade social na região, Goldfajn enfatizou que a transição ecológica apresenta uma oportunidade valiosa. Ele elogiou iniciativas como o “hedge” verde, introduzido pelo Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), em Dubai.
Sobre Finanças Sustentáveis, em um evento paralelo às reuniões da semana, Haddad discutiu a relevância de instrumentos e plataformas de financiamento para a transição ecológica. Na abertura, ressaltou a importância do compartilhamento de experiências, destacando o pioneirismo do Brasil nessa área e a necessidade de cooperação internacional para efetuar essa transição em larga escala.
Mark Carney, enviado especial da Organização das Nações Unidas para a Ação do Clima, elogiou a consistência e a estrutura do plano de transição ecológica apresentado durante a presidência brasileira do G20. Ele defendeu reformas significativas no financiamento internacional ambiental para garantir que os países tenham os recursos necessários para implementar esses planos.
O evento paralelo foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20, em colaboração com o Instituto Clima Sociedade, o Wilson Center e o Brazil Institute.
Na agenda desta quarta-feira (17), Haddad tem diversos compromissos paralelos à reunião do G20. Pela manhã, participará do painel “A força tarefa da fome” na sede do Banco Mundial, seguido por uma discussão sobre tributação internacional, em parceria com a França, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI). À tarde, estará envolvido nas reuniões da cadeira brasileira do Banco Mundial e do FMI, enquanto à noite, participará de um jantar oficial de trabalho do G20, na sede do FMI.